domingo, 27 de setembro de 2009

Gerbil


O gerbil é um pequeno mamífero da ordem Rodentia (Roedores), sub-família Gerbillinae. Também conhecidos como ratos-do-deserto, a subfamília dos gerbilos inclui aproximadamente 110 espécies de roedores africanos, indianos e asiáticos. A maioria desses são animais noturnos, e quase todos são onívoros.

Uma das espécies, Meriones unguiculatus, também conhecido como esquilo da Mongólia, se tornou um popular animal de estimação.

Os gerbilos têm a pelagem variando de marrom claro à marrom avermelhado, e seu ventre é sempre mais claro que o resto do corpo, podendo ser branco ou creme.

Os gerbilos têm como alimentação sementes, raízes e frutos. Os gerbils não emitem sons constantemente, apenas quando há sinal de perigo ou durante o contato sexual. Nessas ocasiões eles batem uma das patas traseiras no chão.

O pêlo dos gerbilos é oleoso, devido a uma glândula em sua barriga que libera no pêlo uma substância gordurosa.

Mico leão dourado


O Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é um primata encontrado originariamente na Mata Atlântica, no sudeste brasileiro. Encontra-se em perigo de extinção.

O mico-leão é conhecido popularmente por sauí, sagüi, sagüi-piranga, sauí vermelho, mico e outras denominações regionais.

Animal monógamo, uma vez formado o casal, mantém-se fiel. Entre os micos-leões, pequenos primatas americanos, o recém-nascido não passa mais que quatro dias pendurado ao ventre materno. Depois disso, é o pai que o carrega, cuida dele, limpa-o e o penteia. A mãe só se aproxima na hora da mamada. Ele estende os braços e o pai lhe entrega o filhote, que mama durante uns quinze minutos. mas, mesmo nessa hora, o pequeno não gosta que o pai se distancie.

Atualmente, resta apenas um único local de preservação deste animal, (restam cerca de 1000 no mundo, metade dos quais em cativeiro) a Reserva Biológica de Poço das Antas, que representa cerca de 2% do habitat original da espécie.

Descrição Geral

Tem hábitos diurnos e arborícolas. Organizam-se em grupos de até 8 individuos e vivem cerca de 15 anos, sendo a maturidade da fêmea atingida com cerca de 1 ano e meio e a do macho com cerca de 2 anos, sua época reprodutiva é de setembro a março e a gestação demora cerca de 4 meses e meio, gerando, normalmente, entre 1 e 3 filhotes. O mico-leão-dourado é um animal pequeno,medindo entre 20 e 26 centímetros com um comprimento caudal entre 31 e 40 centímetros, o adulto pesa entre 360 e 710 gramas, sendo 60 gramas o peso considerado normal para um filhote. São onívoros, o que significa que sua alimentação é muito variada, neste caso comem frutas, insetos, ovos, pequenas aves e lagartos (em cativeiro as aves e lagartos são substituídos por carne). Tem uma pelagem sedosa e brilhante, de cor alaranjada e uma juba em torno da cabeça, o que deu origem ao seu nome popular.

Comportamento Social

É umas espécie altamente social.São encontrados,na natureza,em grupos de 2 a 8 indivíduos,frequentemente constituído por membros da mesma familia.O grupo consiste do casal reprodutor,1 ou 2 filhotes e outros membros.São altamente territoriais e defendem seus território com ameaças vocais.

Chimpanzé


O termo chimpanzé aplica-se aos primatas do gênero Pan, da família dos pongídeos, com duas espécies conhecidas: os chimpanzés-comuns (Pan troglodytes) e os bonobos (Pan paniscus).

Estudos apontam que os chimpanzés são parentes próximos dos seres humanos na evolução; eles se separaram do tronco do nosso ancestral comum por volta de 4 a 7 milhões de anos atrás, e compartilhamos 98-99,4% de nosso DNA com eles. Como o homem, o chimpanzé consegue reconhecer a própria imagem no espelho, (capacidade que poucos animais apresentam). Também são capazes de aprender certos tipos de linguagens, como a dos sinais.

Devido à destruição do seu habitat e à caça ilegal de chimpanzés pelo mercado de carne e de animais, pensa-se que restam apenas 150.000 chimpanzés nos bosques e florestas da África Central e Ocidental. Um século atrás havia aproximadamente dois milhões.

Dados básicos

Podem-se encontrar chimpanzés nas selvas tropicais e savanas úmidas da África central e ocidental. Costumavam habitar a maior parte daquela região, mas seu habitat tem sido drasticamente reduzido nos últimos anos.

Os chimpanzés adultos podem medir até 1,30 m (fêmeas) e 1,60 m (machos), e os adultos pesam entre 40 e 70 kg, mas possuem uma força muito superior à humana. Seus corpos são cobertos por uma pelagem grossa de cor marrom-escuro, com exceção do rosto, dedos, palmas da mão e plantas do pé. Tanto seus polegares quanto o dedo grande do pés são oponíveis, o que permite que segurem objetos com facilidade. A gestação do chimpanzé dura oito meses. Os filhotes são desmamados com aproximadamente três anos de idade, mas geralmente mantêm uma relação próxima com sua mãe por vários anos a mais. A puberdade é alcançada com a idade de oito a dez anos e sua duração de vida é de cinqüenta anos em cativeiro.

Na natureza, os chimpanzés vivem em grupos que podem variar de 5 até mais de 100 indivíduos. No entanto, as fêmeas possuem hábitos mais solitários, passando a maior parte do tempo sozinhas. Nestes grupos os machos são dominantes sobre as fêmeas e os machos mais jovens. São animais de hábitos diurnos, terrestres e arborícolas. Costumam se locomover pelo chão, mas preferem se alimentar sobre as árvores, durante o dia. São primatas quadrúpedes, ou seja, locomovem-se utilizando os pés e as mãos, simultaneamente, para andar e correr, além de serem capazes de escalar, pular e ficarem suspensos. Além disso, ocasionalmente, podem se locomover de forma bípede, como os humanos.

Geograficamente estão distribuídos nas florestas e matas secas de savana, e nas florestas tropicais de áreas baixas até áreas montanhosas, superiores a 3000 metros de altitude, na região central do continente africano.

Os chimpanzés possuem uma alimentação bem variada, sendo as frutas o principal alimento de sua dieta, mas também consomem muitas folhas, flores, sementes e, ainda, pequenos animais, como alguns pássaros, formigas, cupins, vespas e algumas larvas.

Estes animais, aparentemente, possuem culturas diferentes, dependendo da região em que vivem, assim como os humanos, e são capazes de ensiná-las de uma geração para outra. Entre tais ensinamentos estão, por exemplo, técnicas para extrair cupins de seus cupinzeiros, utilizando-se de gravetos; utilização de pedras para quebrarem sementes e frutos duros; e outros tipos de ferramentas adaptadas, usadas inclusive para caçar alguns pequenos mamíferos.

Machos dessa espécie podem se unir para manter a liderança sobre o grupo, ou roubar a posição do líder. Para intimidar os rivais, eles se demonstram agressivos, com vocalizações altas e agitações de galhos.

sábado, 26 de setembro de 2009

Jararaca ilhoa


A jararaca-ilhoa, cujo nome científico é Bothrops insularis, é uma serpente sui generis, adaptada a vida arborícola ou semi arboricola, o que se reflete em diversos aspectos de sua morfologia e comportamento. Vive exclusivamente na Ilha da Queimada Grande a 35 km do litoral paulista, no município de Peruíbe.

Existem cerca de três a cinco mil indivíduos na ilha, notícias recentes (Jornal "Folha de São Paulo", 30 de outubro de 2008 - Caderno Ciência) por estimativa acredita-se que haja cerca de 2.000 animais e que estão microchipando as serpentes para se chegar a uma contagem mais precisa. Não tem concorrentes nem predadores. Pode sobreviver cerca de seis meses sem se alimentar. Alimenta-se normalmente comendo pássaros e ovos, especialmente de atobá-pardo, muito comum na ilha.

Origem

É provável que as serpentes já estivessem ali antes do término da era glacial, na época que o local era um morro continental. Esse fato ocorreu há cerca de dez mil anos, transformando esse morro numa pseudo ilha.

Veneno

O veneno da Bothrops insularis é estudado pelo Instituto Butantã e pouco fabricado, pois aonde vivem só pesquisadores podem ir. É muito poderoso pois, pela sua ação inibidora, a pessoa morre por falência geral orgânica ao fim de duas horas, após ser inoculada, a serpente desenvolveu este ultratóxico veneno pois seu alimento é basicamente as aves evitando-se assim que a refeição escape. Devido a essa particularidade, seu veneno é muito procurado. Mesmo sendo de visitação restrita, existem casos registrados de espécimes que foram retirados da ilha sem autorização do órgão competente.

Pode-se citar uma reportagem da revista semanal brasileira Isto é, de 24 de setembro de 2003, revelando que foram flagrados à venda alguns exemplares da espécie em um mercado de animais em Amsterdã, nos Países Baixos, e que seriam utilizados em pesquisas científicas, não confirmada pela Interpol.

Tubarão cabeça chata


O tubarão-de-cabeça-chata, tubarão-touro ou tubarão-de-zambezi, é um tubarão da ordem Carcharhiniformes que pode viver tanto em água salgada como em água doce. Atinge de 2,1 a 3,5 metros de comprimento. Sua coloração do dorso vai desde marrom a cinza escuro, com o ventre na cor branca. Seus dentes possuem forma triangular, sendo que os da mandíbula inferior se parecem com pregos, que ajudam a segurar a presa, enquanto os dentes superiores, serrilhados, rasgam a carne, por isso causam grandes estragos em pessoas quando essas são atacadas pelo tubarão, que tem o hábito de chacoalhar a cabeça (como outras espécies) o que aumenta o ferimento.

Alimenta-se de peixes incluindo outros tubarões (comem até tubarões da mesma espécie), arraias e pássaros. São encontrados perto de costas das praias , mas podem viver por um tempo em rios e lagoas , já foi encontrado 3 km acima no rio Mississipi (nos EUA), e é fato conhecido que estes tubarões sejam capazes de subir o rio Amazonas até Manaus , daí seu nome "zambezi-shark", já que Zambezi é um rio da África, e são a principal espécie a atacar humanos em áreas fluviais graças a essa capacidade de resistir à baixa salinidade. Além disso, possuem visão muito ruim, dependendo dos seus outros sentidos para atacar, o que faz esse tubarão extremamente perigoso em áreas com águas de baixa visibilidade. Apesar de toda má fama, há um lugar em que esse tubarão não apresenta tanto perigo, Santa Lúcia em Cuba, onde é possível mergulhar com esses tubarões, mas mesmo assim tem que se ter cuidado, pois são animais selvagens.

Vivem numa profundidade de 30 m ou até menos de 1 m, são encontrados no Brasil, principalmente em Recife, onde foram responsáveis por diversos ataques na praia de Boa Viagem, juntamente com o tubarão-tigre. Os tubarões-cabeça-chata são também o ser vivo com maior índice de testoterona do planeta, até as fêmeas apresentam-na em nível elevado, sendo muito territorialistas e constantemente atacam outros seres marinhos, mesmo que maiores que ele.

Os tubarões-touro são vivíparos e dão à luz cerca de 13 filhotes, depois de uma gestação que dura 1 ano. Os filhotes nascem com 70 cm de comprimento e são encontrados normalmente em baías e em boca de rios, dando à luz em mangues. Possuem expectativa de vida de 14 anos.

Teiú branco


Teiú-branco (Tupinambis teguixin) ou teiú-da-argentina é um lagarto da família dos Teídeos, conhecido sobretudo por sua agressividade e voracidade. Se molestado, primeiro tenta fugir, mas, sendo impossível, defende-se desferindo golpes violentos com a cauda. Vive em regiões florestadas, campos de vegetação alta e campos cultivados. Atinge até 1,5 m de comprimento, o que torna o maior lagarto do Brasil.

Cabeça comprida e pontiaguda, mandíbulas fortes providas de um grande número de pequenos dentes pontiagudos. Língua cor-de-rosa, comprida e bífida. Cauda longa e arredondada. Coloração geral negra, com manchas amareladas ou brancas sobre a cabeça e membros. Região gular e face ventral brancas, adornadas de manchas negras. Os filhotes são esverdeados, coloração que vai desaparecendo de acordo com o desenvolvimento dos animais.

Alimenta-se de pequenos mamíferos, pássaros e seus ovos, répteis, anfíbios, insetos, vermes e crustáceos. Também não rejeita frutas suculentas, folhas e flores. É conhecido como ladrão de galinheiros, pois ataca as galinhas e chupa seus ovos com extrema avidez.

É o lagarto mais comum no Brasil e é encontrado desde o sul da Amazônia até o norte da Argentina. Habita principalmente áreas abertas de cerrado, mas pode ser observado em bordas de matas-de-galeria e dentro de matas mais abertas. É uma espécie que vive no chão, próximo a capins baixos e pedras, onde tomam banho de sol. Ovíparos, põe em média de 12 a 30 ovos, postos normalmente em cupinzeiros, os quais são incubados por um período de 90 dias.

Calopsita


A calopsita ou caturra (Nymphicus hollandicus) é uma ave que pertence à ordem dos Psitaciformes e à família Psittacidae. Natural da Austrália, a espécie foi descrita pela primeira vez em 1792.

Características

A calopsita é uma ave dócil que pode ser conservada como animal de estimação. A plumagem pode ser de várias cores: amarelo, branco, cinza, etc. Normalmente a calopsita tem em cada face uma pinta laranja que protege os ouvidos da ave. No macho adulto a face é amarela com a pinta laranja, na fêmea a face é cinzenta com infiltrações de amarelo e a pinta laranja não se destaca tanto. A crista no topo da cabeça também varia de cores. O comprimento médio é de 30 cm. É uma ave muito barulhenta, que pode estar horas a emitir gritos, mas podem assobiar e algumas chegam até a falar. Os machos têm a capacidade de falar e as fêmeas apenas assobiam.

São aves resistentes e suportam bem o clima em Portugal desde que convenientemente abrigadas contra ventos e frio extremos. Com uma alimentação balanceada e o cuidado adequado, podem viver até 25 anos, a questão da alimentação é uma das mais importantes para o bem estar da ave e deve ser pensada tendo em conta o espaço que a ave tem para fazer exercício mas também em função do clima. Existem frutas e legumes que não são indicados, mas outros como, maçã, banana, milho cozido, verduras verde escuras são indicados. Assim, aves que não tenham possibilidade de fazerem exercícios não devem ter incluídos na dieta alimentos com alto teor em gordura como a semente de girassol. Para este animal poder ingerir semente de girassol, por exemplo, precisaria voar muitos quilômetros para gastar a energia contida. São resistentes e suportam bem o clima.

Reprodução

Algumas mutações de calopsitas têm dimorfismo sexual quando adultas. A maioria das calopsitas, todavia, apenas podem ter o sexo identificado com segurança através do exame de DNA.

A reprodução poderá ser feita a partir de 12 meses durante todo o ano, mas é aconselhável tirar apenas duas ou três ninhadas por ano. Tem uma postura de quatro a sete ovos com incubação de 17 a 22 dias. Os filhotes devem ser separados dos pais com oito semanas de vida.

O ninho pode ser horizontal ou vertical, mas geralmente são utilizados ninhos verticais de 30 cm de altura. Fundo do ninho deve ser coberto com turfa ou aparas de madeira. Ambos os sexos chocam, os machos principalmente de dia e as fêmeas de noite.

Na natureza, costuma se reproduzir nas épocas de chuvas, até porque os alimentos aparecem mais fartamente. Procura geralmente um eucalipto que esteja próximo a água e faz seu ninho em algum buraco já existente na árvore.

É originária da floresta australiana, e conheceu uma grande expansão por criadores em todo o mundo.

Mutações

No cativeiro foram surgindo mutações de cores variadas, algumas bastante diferentes das observadas na Natureza. A partir de 1949 a espécie começou a se difundir pelo mundo, com a criação do "arlequim", mutação desenvolvida na Califórnia, nos Estados Unidos.

Existem muitas mutações de calopsitas com cores variadas, são eles: Arlequim, Lutino, Canela, Opalina (Pérola), Cara Branca, Prata, Fulvo, Albino (há um padrão albino e não apenas mutações genéticas),Pastel , Prata Recessivo e Prata dominante.

Brasil

No Brasil, os primeiros exemplares importados desembarcaram a partir de 1970 e hoje já existem muitos criadores. Hoje em dia a calopsita é muito famosa.

Existindo muitos criadores e amantes, desta aves. Como referência o site Portal das Calopsitas.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ratão do banhado


O Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) é um grande roedor da família dos miocastorídeos, encontrado na América do Sul meridional. Pelagem marrom-avermelhada, cauda longa e grossa, revestida por escamas e pêlos ralos, vivendo em banhados, lagoas e rios. Também é conhecido pelos nomes de caxingui, nútria e ratão-d'água.

Dorme durante o dia. Alimenta-se de capim, raízes e plantas aquáticas e herbáceas, tubérculos, folhas, grãos, carne e peixe.

O macho cuida dos filhotes no nascimento, protegendo e alimentando até a fêmea se recuperar.

Encontrado na América do Sul na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. No Brasil, na Região Sul, de São Paulo ao Rio Grande do Sul. Pode ser encontrado ao longo dos rios Pinheiros e Tietê, na cidade de São Paulo. Os ninhos são construídos com junco e casca de árvores em tocas de 1 metro de comprimento.
Ninhadas de até 4 filhotes, vive 15 anos, pesa até 9 kg e pode medir 100 cm com rabo. Nada bem, mergulha mal e caminha bem devagar. Patas ágeis com 5 dedos, providas de membranas interdigital, o que facilita a natação.

Pelagem bonita pois tem muito cuidado com ela. Com suas garras lava e penteia, esfregando as patas no canto da boca, onde é liberada uma substância gordurosa, e aí passa esse óleo no pêlo, que fica bastante brilhante.

Predadores: onças e jacarés.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Diabo da Tasmânia


O diabo-da-tasmânia (Sarcophilus harrisii) é um mamífero marsupial nativo da ilha da Tasmânia. Através do registo fóssil sabe-se que a espécie habitou também a Austrália, tendo-se extinguido no continente cerca de 400 anos antes da colonização pelos europeus. As causas do desaparecimento são desconhecidas mas pensa-se que tenha sido influenciado pela introdução do dingo. Os diabos-da-tasmânia habitam todas as regiões da ilha com preferência para florestas e são os maiores carnívoros marsupiais existentes na actualidade.

O diabo-da-tasmânia é um animal de aparência robusta, com pelagem castanha excepto na zona do peito onde tem uma mancha branca. A cabeça é relativamente grande, com orelhas arredondadas e nariz afilado. Os músculos das mandíbulas são bastante poderosos e, juntamente com os dentes molares especialmente adaptados, permitem ao diabo esmagar ossos. O tamanho destes animais varia bastante consoante o habitat e dieta, mas os maiores atingem 80 cm de comprimento e 12 kg de peso. As fêmeas são normalmente maiores que os machos.

A época de reprodução dos diabos-da-tasmânia situa-se anualmente em Março e resulta em ninhadas de 2 ou 3 crias que nascem em Abril, ao fim de 21 dias de gestação. Como na maior parte dos marsupiais, o resto do desenvolvimento dos juvenis faz-se no interior do marsúpio (a bolsa) neste caso durante os quatro meses seguintes. As crias saem pela primeira vez em Agosto-Setembro e tornam-se independentes em Dezembro. As fêmeas atingem a maturidade sexual aos dois anos.

Os diabos-da-tasmânia são predadores activos de wombats, wallabees e mamíferos placentários introduzidos (como o coelho), e ocasionalmente necrófagos. Em alturas de escassez podem também comer insectos, cobras e frutos. Estes animais contam sobretudo com a visão, o olfacto e os bigodes para localizar o alimento. São animais diurnos e solitários mas encontram outros membros da sua espécie em torno de carcaças. Nesta circunstância são extremamente agressivos e envolvem-se em lutas que deixam cicatrizes profundas com frequência. As lutas são acompanhadas de barulhentas vocalizações como grunhidos, guinchos e latidos que contribuem para a fama de ferocidade do animal. Em condições de cativeiro, os diabos-da-tasmânia organizam-se num sistema altamente hierarquizado.

Com a extinção do tigre-da-tasmânia, o diabo tornou-se no predador de topo da cadeia alimentar no seu ecossistema, mas os juvenis podem ser caçados por águias, corujas e quolls. Estes animais têm um impacto positivo no seu habitat, no controle de espécies introduzidas de lagomorfos e roedores e na remoção de carcaças em decomposição. Podem também ser prejudiciais ao Homem quando atacam rebanhos de ovelhas.

Esta espécie foi descrita pela primeira vez em 1807 pelo naturalista George Harris, que a classificou no género Didelphis. Richard Owen reviu a classificação em 1838, incluindo o diabo no género Dasyurus. Finalmente em 1841 foi-lhe atribuído um género próprio, Sarcophilus.

Atualidade

No passado foi caçado e envenenado pelos estragos causados ao rebanho e pela sua carne, que os colonos diziam ter sabor a vitela. A espécie foi protegida em 1941 e a partir daí a população recuperou-se.

Nos últimos anos, têm-se registrado perdas significativas para uma doença cancerosa que aparenta ser endémica nos diabos-da-tasmânia. Esta doença foi identificada em 1999 e causa tumores em torno da boca, sendo normalmente fatal por impedir a alimentação do animal.

Foram afectados 70% dos indivíduos desde 1996.

O modo de contágio ou propagação da doença permanece desconhecido e há evidências de que seja cíclica com um período de 70 a 100 anos. A epidemia atingiu proporções catastróficas, levando os conservacionistas a tomar medidas extremas como matar os animais que apresentem os estágios iniciais da doença, para evitar o contágio, e criar áreas fechadas com populações saudáveis nas ilhas ao largo da Tasmânia, de forma a permitir a reintrodução no caso da espécie ser erradicada da ilha principal no futuro próximo.

Em 2009, o seu estatuto de conservação, na Austrália passou de vulnerável para ameaçado.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Capivara


Encontrada em certas áreas das Américas do Sul e Central, próximo a rios e lagos, a capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é o maior roedor vegetariano do mundo. Alimenta-se de capins e ervas, comuns em várzeas e alagados, e pode chegar a pesar até 80 Kg.

No Rio Grande do Sul, é também conhecida por capincho ou carpincho.
É uma excelente nadadora, tendo inclusive pés com pequenas membranas. Ela se reproduz na água e a usa como defesa, escondendo-se de seus predadores. Ela pode permanecer submersa por alguns minutos. A capivara também é conhecida por dormir submersa com apenas o focinho fora d'água.

No Pantanal, seus principais períodos de atividade são pela manhã e à tardinha, mas em áreas mais críticas podem tornar-se exclusivamente noturnas. Nas décadas de 60 e 70 as capivaras foram caçadas comercialmente no Pantanal, por sua pele e pelo seu óleo que era considerado como tendo propriedades medicinais. Estudos posteriores indicam que pode haver, no mínimo, cerca de 400 mil capivaras em todo o Pantanal.

A capivara, como animal pastador, utiliza a água como refúgio, e não como fonte de alimentos, o que a torna muito tolerante à vida em ambientes alterados pelo homem: tornou-se famoso o caso da "capivara da lagoa", que viveu durante meses no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas na área urbana do Rio de Janeiro, assim como é notória a presença de capivaras em partes dos rios Tietê e Pinheiros, em plena São Paulo, apesar do altíssimo índice de poluição destes rios.

Nas regiões ao longo do Rio Paraná no sul do Brasil e norte da Argentina, as capivaras são freqüentemente capturadas e aprisionadas para criações em cativeiro ou para serem abatidas como carne de caça.

Entretanto, no Brasil, esta prática tem de ser precedida de projeto e licenciada pelos órgãos de controle ambiental sob pena de configurar crime ambiental, já que a capivara é uma espécie protegida por lei.

Existem estudos para sua criação em cativeiro visando a produção de carne como substituto à caça predatória, mas ainda há poucos resultados práticos nesse sentido. Sua carne tem sabor próximo ao do porco e é mais magra porém com um sabor mais picante.

Jaguarundi


O Jaguarundi (ver três nomes binominais possíveis) é um mamífero da família dos felídeos, encontrado dos E.U.A. ao Norte da Argentina. Possui cerca de 60 cm de comprimento de corpo, 45 de cauda e pesa 6 kg. Tem orelhas e pernas curtas e pelagem de coloração marrom pardacenta uniforme, salpicada com pontinhos mais claros na maior parte do corpo (a ponta dos pêlos é de cor mais clara), havendo muita variação individual. Também é conhecido pelos nomes de eirá, gato-mourisco, gato-preto e maracajá-preto. O jaguarundi tem o hábito de viver em bordas de banhados, beira de rios ou de lagos, sendo também encontrado em lugares secos, com vegetação aberta. Sua alimentação pode ser tanto de mamíferos como de aves, porém dando preferência a presas de grande porte. Também é encontrado no Brasil.

Taxonomia e Evolução

De acordo com um estudo do genoma dos felídeos feito em 2006, um ancestral dos actuais géneros de felídeos Leopardus, Lynx, Puma, Felis e prionailurus migrou através do Estreito de Bering para a América entre 8 e 8,55 milhões de anos atrás.

Estudos indicam que o puma e o jaguarundi são mais aparentados com a chita. Tem-se sugerido que a chita deriva desse mesmo ancestral mas voltou a migrar para a Ásia e África. Outra teoria é que a chita evoluiu ainda no Velho Mundo.

Reprodução

Uma fêmea jaguarundi tem por ninhada de uma a quatro crias. A gestação demora aproximadamente setenta dias. Um jaguarundi torna-se adulto ao completar dois anos.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Urso negro


O urso-negro (Ursus americanus) é um urso norte-americano, encontrado do Alasca ao Norte do México. Pode chegar a até 1,8 m de comprimento e 270 kg. Possui a pelagem geralmente de cor negra, chocolate ou canela. Algumas subespécies estão ameaçadas de extinção.

A aparência do urso-negro é a de um animal grande e feroz, no entanto, 70% de sua dieta consiste de material vegetal - frutos, nozes, gramíneas, raízes e seiva de árvores. Também se alimenta de carne, principalmente de camundongos e peixes. Gosta de vasculhar os depósitos de resíduos do homem.

Desde pequeno, o urso-negro tem grande habilidade para subir em árvores e montanhas. É principalmente um habitante da floresta, mas sua pelagem espessa permitiu que se dispersasse para o norte até os limites da tundra. No inverno, hiberna em uma toca, geralmente um oco sob uma árvore caída, dentro de um tronco toco ou em uma toca abandonada.

O urso-negro costuma se alimentar com frutos silvestres no outono, a fim de acumular gordura para hibernar. Logo ele procura um abrigo adequado à hibernação, durante a qual a temperatura do corpo, os batimentos cardíacos e a taxa respiratória diminuem para poupar energia.

Suçuarana


A suçuarana, (Puma concolor, anteriormente Felis concolor) também chamada de puma, cougar, jaguaruna, leão-baio, onça-parda, onça-vermelha e leão-da-montanha, é um mamífero da família felídeos nativo das Américas. Este felino grande e solitário tem a maior escala de distribuição do que qualquer outro mamífero selvagem no hemisfério ocidental, estendendo-se de Yukon no Canadá ao Andes sulinos da América do Sul. Uma espécie adaptável, o cougar é encontrado em qualquer região e tipo de habitat do Novo Mundo. É o segundo felino mais pesado do Novo Mundo, depois do Jaguar (onça pintada), e o quarto mais pesado do mundo, depois do tigre, leão e jaguar, embora seja mais frequentemente relacionada aos pequenos felinos. Alguns cientistas consideram o puma e guepardo como parentes próximos.

Um hábil predador espreiteiro-emboscador, o cougar possui uma variedade de presas. As fontes alimentares primárias incluem ungulados como cervos e ovelhas, bem como gado doméstico, cavalos, e ovelhas, em particular na parte do norte da sua espécie, mas também caça espécie tão pequena como insetos e roedores. Prefere habitats com vegetação rasteira densa e áreas rochosas de atacar à espreita, mas ele pode viver em áreas abertas. Pumas são conhecidos por matarem pelo menos um cervo adulto por semana, mais em climas quente; diferente dos ursos, eles não gostam de carne estragada.

O puma é territorial e persiste em densidades demográficas baixas. Os tamanhos dos território individuais dependem do terreno, vegetação, e abundância de presas. Enquanto é um grande predador, nem sempre é a espécie dominante na sua variedade, como quando ele compete pela rapina com animais como o lobo cinzento. É um animal reclusos e normalmente evita pessoas. Os ataques em seres humanos permanecem raros, apesar de um aumento recente na freqüência.

Devido à perseguição depois da colonização européia das Américas, e continuação do desenvolvimento humano do habitat do puma, as populações estão buscando seu território histórico novamente. Especialmente, o puma foi extinto no leste da América do Norte, exceto uma subpopulação isolada na Flórida; o animal pode estar recolonizando partes do seu antigo território oriental. Com a sua variedade vasta, o puma tem dúzias de nomes e várias referências na mitologia dos povos indígenas das Américas e na cultura contemporânea.

Taxonomia e evolução

A suçuarana é o maior dos pequenos gatos, variedade de adultos de 60 até 75 kg, com animais que conseguem pesos excepcionais de até 100 kg, e é colocada na subfamília Felinae; os grandes gatos são colocados dentro da subfamília Pantherinae. A origem da família Felidae ocorreu na Ásia há aproximadamente 11 milhões de anos. Infelizmente, a pesquisa taxonômica dos felídeos permanece parcial e a maior parte do que é conhecido sobre a história evolutiva felídea é baseada na análise de DNA mitocondrial, como os gatos são pobremente representados no registro de fóssil, e há intervalos de confiança significantes com as datas sugeridas. Por muito tempo, a suçuarana foi considerada pertencente ao mesmo gênero que o gato doméstico (Felis catus), sendo classificada como Felis concolor. Ao contrário de outros grandes felinos, como o leão e a onça, a suçuarana não urra. Sua vocalização está muito mais próxima dum miado, porque, como os pequenos felídeos, seu hióide não é elástico e carece de grandes pregas vocais.

No último estudo de genoma Felidae, o ancestral comum de hoje do leopardo, lince, suçuarana, Prionailurus, e linhagens Felis que migraram através do estreito de Bering para as Américas há aproximadamente 8 a 8,5 milhões de anos. As linhagens posteriormente divergiram nessa ordem. Os felídeos norte-americanos, que então invadiram a América do Sul devido à Grande Permuta Americana, ocasionada pela formação do Istmo do Panamá. Pensou-se originalmente que a suçuruana pertencia ao Felis, gênero que inclui o gato doméstico, mas é colocado agora como suçuarana junto com o jaguarundi, um felino somente um pouco mais que um décimo de seu peso.

Os estudos indicam que a suçuruana e jaguarundi estão o mais estreitamente relacionados à chita moderna da África e a Ásia ocidental, mas a relação não está solucionada. Sugeriu-se que a linhagem da chita divergisse da linhagem da suçuarana nas Américas (ver a chita americana) e migrou de volta à Ásia e a África, enquanto outra pesquisa sugere que a chita divergisse no próprio Velho Mundo. O traçado da pequena migração felina às Américas é assim pouco nítido.

Os estudos recentes demonstram um alto nível de semelhança genética entre as populações de puma norte-americanas, sugerindo que eles sejam todos os descendentes regularmente recentes de um pequeno grupo ancestral. Culver sugere que a população norte-americana original de Puma concolor tivesse se extinguido durante as extinções do Pleistoceno há aproximadamente 10.000 anos, quando outros grandes mamíferos como o smilodon também desapareceram. A América do Norte então foi repovoada por um grupo de pumas sul-americanos

Subespécies

Até o fim dos anos 1990, não menos que 32 subespécies foram registradas; contudo, um estudo genético recente de DNA descobriu que muitas dessas espécies são semelhantes para serem reconhecidas como distintas a um nível molecular. Depois da pesquisa, o Cânone das Espécies de Mamíferos do Mundo (3.ª edição) reconhece seis subespécies, cinco das quais são somente encontradas na América Latina:

Suçuarana Argentina (Puma concolor cabrerae)
inclui a subespécie prévia e sinônimos hudsonii e suçuarana (Marcelli, 1922);

Suçuarana Costa-riquenha (Puma concolor costaricensis)

Suçuarana Sul-americana oriental (Puma concolor anthonyi)
inclui a subespécie prévia e sinônimos acrocodia, borbensis, capricornensis, concolor (Pelzeln, 1883), greeni e nigra;

Suçuarana Norte-americana (Puma concolor couguar)
inclui a subespécie prévia e sinônimos arundivaga, aztecus, browni, californica, coryi, floridana, hippolestes, improcera, kaibabensis, mayensis, missoulensis, olimpo, oregonensis, schorgeri, stanleyana, vancouverensis e youngi;

Suçuarana Norte-americana do sul (Puma concolor concolor)
inclui a subespécie prévia e sinônimos bangsi, incarum, osgoodi, soasoaranna, soderstromii, sucuacuara e wavula;

Suçuarana Sul-americana do sul (Puma concolor puma)
inclui a subespécie prévia e sinônimos araucanus, concolor (Alegre, 1847), patagonica, pearsoni e suçuarana (Trouessart, 1904).

A posição da pantera da Flórida, chamada de cougar na América do Norte, permanece incerta. Ainda é regularmente enumerada como suçuarana de subespécie concolor coryi em trabalhos de pesquisa, inclusive os diretamente preocupados com a sua própria conservação. Culver estudou a variação notável na pantera da Flórida, possivelmente devido a procriação consangüínea; em resposta à pesquisa, uma equipe de conservação sugere que "o grau ao qual a comunidade científica aceitou os resultados de Culver e a modificação proposta na taxonomia não foram resolvidos nessa época."

Distribuição geográfica

A suçuarana habita as regiões Neártica e Neotropical, adaptando-se aos mais diversos tipos de biomas. Prefere áreas florestadas, mas é capaz de viver em ambientes desérticos. Evita áreas urbanas e rurais.

Aparência

Sua pelagem varia do castanho-avermelhado ao cinza-azulado, sendo esbranquiçada no focinho, garganta, peito, ventre e na parte interior das patas. Espécimes melânicos são comuns, enquanto albinos são raros.

Seu tamanho pode chegar até 1,95 m. Os machos adultos pesam de 53 a 72 kg, enquanto as fêmeas variam de 34 a 48 kg. Os espécimes de clima frio tendem a ser maiores que os de clima quente.

Reprodução

O tempo de gestação é de aproximadamente 95 dias, ao fim do qual nascem de dois a quatro filhotes. Os filhotes apresentam pelagem pintada, que desaparece em torno dos seis meses. A maturidade sexual se dá entre dois e três anos. A expectativa de vida é calculada entre 9 a 13 anos no ambiente selvagem e até 20 anos no cativeiro.

Dieta

A suçuarana é um predador competente, caçando desde grandes presas como alces e cervos a roedores e lebres. Os animais de clima temperado preferem caças maiores como os cervídeos, enquanto os de clima quente tendem a caçar presas de porte médio. Acredita-se que a competição com a onça-pintada leva a esse fato.

Uma vez morto o animal, a suçuarana cobre a carcaça e volta para se alimentar dela de tempos em tempos. A suçuarana não come animais que não tenha matado!

Status de conservação

Devido à destruição de seu habitat natural, as suçuaranas se vêem obrigadas a invadir áreas rurais, e até mesmo urbanas, em busca de suas presas. Ao atacar gado doméstico, ela provoca a ira de pecuaristas, que a caçam, levando esta espécie ao risco de extinção. Outro fator que concorre para seu extermínio é o isolamento de grupos populacionais destes felinos.

Dois hábitos da suçuarana a tornam presa fácil para caçadores e fazendeiros. As carcaças que guarda para alimentação posterior podem ser envenenadas e, ao subir em árvores quando acuadas por cães, são facilmente morta a tiros.

De todas suas subespécies, uma encontra-se em extincao: o puma-de-wisconsin. A pantera-da-flórida (Puma concolor coryi) que habita os Everglades encontra-se em grande risco de extinção, uma vez que se calcula que existam apenas de 25 a 50 indivíduos selvagens.

Hábitos

A suçuarana é uma criatura reverenciada às vezes como benevolente, às vezes como covarde, pelo fato de não atacar o homem, preferindo fugir à sua presença. Entretanto, se necessário, enfrenta e vence adversários temíveis como o urso-pardo norte-americano.

Crocodilo do Nilo


O crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus) é uma espécie de crocodilo africano, cuja distribuição se estende desde a bacia do Nilo às regiões a sul do deserto do Sahara a Madagáscar e ao arquipélago das Comores. Esta espécie, é uma das maiores do mundo (o maior crocodilo é o de água salgada), é bastante perigosa para o Homem e foi venerada como divindade no Antigo Egipto.

O crocodilo-do-nilo é, assim como as demais espécies de crocodilos, um animal carnívoro, embora sua boca longa e cheia de dentes curtos e afiados não seja própria para devorar pedaços de carne. Por esse motivo ele carrega a vítima para dentro da água e espera até que a carne fique mais macia.

Os ovos da fêmea do crocodilo-do-nilo são colocados em ninhos na areia e os filhotes demoram de 11 a 14 semanas para nascer. Os ovos e os filhotes são alvos fáceis de predadores, incluindo outros crocodilos maiores. Como é próprio da espécie, os crocodilos-do-nilo fêmeas são mães atenciosas. Constroem grandes ninhos perto da água nos quais põem os ovos, tomam conta dos ninhos por dois a três meses até os filhotes saírem dos ovos e cuidam das crias nos dois primeiros anos. Na maior parte da vida, os crocodilos são solitários; grande número de crocodilos é encontrado junto a locais onde existem alimentos, mas sem formar grupos como manadas ou cardumes, que têm um sentido técnico em outras espécies.

Habitam água doce ou de baixa salinidade, como rios e lagos da África subsaariana. Entre suas várias técnicas de caça, usam a cauda para encurralar peixes ou abater presas terrestres, atacam de emboscada animais grandes e, com as mandíbulas, arrastam-nos até a água ou até mesmo aprisionam animais sob árvores ou pedras para afogá-los. Por terem dificuldade em retirar pedaços das presas, os crocodilos executam o "rolo da morte", usando o peso do corpo para despedaçar a carne das presas.

Um crocodilo-do-nilo adulto é um animal extremamente forte e agressivo. O seu couro grosso o protege de qualquer ataque, sendo os olhos o único ponto fraco. Geralmente vivem muitos anos e seus dentes e patas crescem novamente se perdidos, além disso eles conseguem passar longos períodos debaixo da água e esta capacidade aumenta com os anos. Outra característica sofisticada é que seus olhos possuem pupilas que se dilatam de noite, assim como acontece com os gatos, permitindo que os crocodilos enxerguem muito bem no escuro.

O crocodilo-do-nilo é caçado pelo homem devido ao valor do seu couro, mas não chega a ser uma espécie ameaçada. Entre seus inimigos o que se destaca é o elefante, pois suas patas destroem qualquer crocodilo distraído que estiver no caminho.

Fossa


Fossa ou Fosa (Cryptoprocta ferox) é um mamífero carnívoro da família Eupleridae (anteriormente Viverridae). São encontrados na ilha de Madagascar, sendo o maior carnívoro mamífero da ilha. Sua aparência lembra a de um gato alongado, e sua cauda é quase tão comprida quanto o restante do corpo. Sua coloração é castanho-avermelhada e possui uma cabeça relativamente pequena, com um focinho curto e orelhas arredondadas proeminentes. Diferente dos outros viverrídeos, as fossas são plantígradas, caminhando com a sola dos pés apoiada no chão. Suas garras são curtas e retrácteis, sendo boas para escalar árvores.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Camaleão


Camaleão é o nome dado a todos os animais pertencentes à família Chamaeleonidae, uma das mais conhecidas famílias de lagartos. Há cerca de 80 espécies de camaleões, a maior parte delas na África, ao sul do Saara, estando também presentes em Portugal e em Espanha. Os camaleões distinguem-se de outros lagartos pela habilidade de algumas espécies em trocar de cor, por sua língua rápida e alongada, por seus olhos, que podem ser movidos independentemente um do outro, tendo alguns membros da família cauda preênsil. A família teve origem há mais de 100 milhões de anos, quando se separou da família Agamidae, de acordo com o registo fóssil.

Características físicas

Os camaleões têm até 60 centímetros de comprimento, com uma língua muito grande para pegar suas presas, como mariposas, moscas e outros insetos (ou protáctil, não confundir com portátil), cauda preênsil e patas fortes.

Movimenta-se com lentidão para não ser notado antes do ataque. Para apanhar sua presa, utiliza a língua que tem uma ponta grudenta. Consegue, com grande velocidade, estender a língua quase um metro. Sua língua, de ponta pegajosa prende o inseto e este é comido. Estuda-se esse processo com o auxílio de câmeras de alta velocidade. Ele se alimenta principalmente de insetos, entre os quais estão o gafanhoto, a joaninha, o besouro, e muitos outros.

Os seus olhos podem ser movidos independentemente para qualquer direção, o que lhe confere aparência curiosa. Quando um camaleão vê uma presa, pode fixá-la com um olho e utilizar o outro para verificar se não há predadores nas redondezas. O encéfalo do camaleão recebe duas imagens separadas, que tem de associar. À medida que se aproxima da presa, o camaleão fixa nela ambos os olhos para poder fazer pontaria.

Os olhos são recobertos por uma pálpebra que deixa livre apenas uma pequena área circular no centro, que corresponde à íris e a pupila.

Sua pele possui bastante queratina, o que apresenta uma série de vantagens (em especial, a resistência). Mas essa característica faz com que o camaleão precise fazer a "muda" de pele durante seu crescimento (a pele antiga descama, dando lugar a outra), assim como fazem as serpentes e outros lagartos.

Distribuição e habitat

Quanto ao habitat, a maior parte dos camaleões vive na África e em Madagascar, embora algumas espécies também sejam encontradas em partes do sul da Europa, Sri Lanka, Índia e até na Ásia Menor. Diferentes espécies habitam diferentes ambientes, como montanhas, florestas pluviais, savanas e às vezes desertos e estepes. Acredita-se que os indivíduos que vivem nos sectores mediterrânicos europeus derivem de exemplares introduzidos pelo homem em épocas remotas.

Os camaleões habitam, em sua maior parte, árvores. Mas também são achados em alguns arbustos, e algumas espécies vivem no chão, por baixo de folhas. Podem passar de uma árvore a outra graças à sua cauda preênsil e aos pés em forma de pinças.

Na Amazônia, o lagarto conhecido como iguana (Iguana iguana) é por vezes chamado de camaleão, embora pertença a uma família diferente (família Iguanidae). A espécie também é conhecida localmente como sinimbu. A iguana não sofre pressão de caça intensa, principalmente pela falta de tradição como alternativa alimentícia pelas comunidades rurais. No entanto, existem relatos de consumos de ovos por algumas comunidades ribeirinhas da Amazônia. Pratos feitos com o animal também são ocasionalmente preparados pelos nativos.

Também há casos menos frequentes de camaleões da família Chamaeleonidae na Amazônia, de origem indiana, e que foram introduzidos pelos portugueses. Esses animais se adaptaram com sucesso ao habitat amazônico.

Como não é uma espécie nativa, a legislação brasileira não proíbe a criação de camaleões como animais de estimação: são bichos dos mais populares entre os fãs de animais exóticos. Recentemente, o IBAMA proibiu a importação de camaleões.Mas não há restrição de criação de animais que já estejam no país, desde que estejam em criadouros adequados. Essa "permissão" naturalmente não vale para o "camaleão da Amazônia", que é nativo.

Os lagartos do gênero Anolis também são as vezes chamados de camaleões, devido à sua habilidade de mudar de cor, mas, assim como a iguana, eles não são camaleões verdadeiros, pois pertencem a outra família.

Comportamento

Todos os camaleões são animais diurnos. Seu período de maior atividade é a manhã, e o final do entardecer. Os camaleões não são caçadores ativos. Ao invés disso, preferem se sentar, ficando horas imóveis, esperando uma presa passar por eles. Se alimentam basicamente de artrópodes e de pequenos vertebrados. Em cativeiro, também comem frutas como mamão, banana, pequenos pedaços de maçã, mas essa dieta só é válida para animais adultos: filhotes são quase exclusivamente insectívoros.

Os camaleões vivem a maior parte de suas vidas solitariamente, e são bastante agressivos contra outros membros de sua mesma espécie, mesmo que sejam fêmeas. O hábito solitário só é abandonado na época de acasalamento, quando o macho desce das árvores à procura de fêmeas. Os camaleões mordem se forem provocados, mas a mordida não causa dores muito fortes.

Evolução e taxonomia

O fóssil mais antigo de camaleão conhecido (Chamaeleo caroliquarti) foi datado com tendo cerca de 26 milhões de anos, mas a origem da família é provavelmente bastante anterior, uma vez que vestígios fósseis sugerem que o ancestral comum mais recente com a família mais próxima, Agamidae, existiu há mais de 100 milhões de anos.

Alegada mudança de cor

A mudança de cor tem um papel importante na comunicação durante lutas entre camaleões: as cores indicam se o oponente está assustado ou furioso. Acidentalmente, a mudança de cor pode ajudar na camuflagem do animal, embora esta não seja uma ocorrência frequente, e sim ocasional.

Os camaleões possuem células especializadas em duas camadas sob a sua pele externa transparente. As células na camada superior, chamadas de cromatóforas, contém pigmentos amarelos e vermelhos. Abaixo das células cromatóforas há outra camada e células: as guanóforas, que contém uma substância cristalina e incolor (a guanina). Os guanóforos refletem, entre outras, a cor azul da luz incidente. Se a camada superior de cromatóforas for amarela, a luz refletida se torna verde (azul + amarelo). Uma camada de pigmento escuro (melanina) contendo melanóforos está situada ainda mais profundamente, abaixo das guanóforas refletoras de luz azul e branca. Estes melanóforos influenciam o brilho e a claridade da luz refletida. Todas essas diferentes células pigmentares podem relocar seus pigmentos, influenciando assim a cor da luz que é refletida.

Rena


A rena (palavra de origem lapônia ou finlandesa, pelo francês renne) ou caribu (na América do Norte) é um cervídeo de grande porte, com chifres, que vive em manadas e habita latitudes altas. São característicos das regiões árticas do norte do Canadá, Alasca, Rússia, Escandinávia e Islândia. A origem da palavra "caribu" pode ser uma palavra em micmac, que significa "pata". O caribu é único entre os veados, pois machos e fêmeas possuem chifres.

Em 1952 a espécie foi reintroduzida com sucesso na Escócia, onde se extinguira no século X. Há oito subespécies de rena reconhecidas, que correspondem às populações de diferentes áreas.

Descrição morfológica e habitual das renas

A rena apresenta dimorfismo sexual, sendo os machos de até 300 kg bastante maiores que as fêmeas. Ambos os sexos têm galhadas, que são mais elaboradas nos machos. As principais fontes de alimentação das renas são bambus, folhas de sempre-vivas, ervas rasteiras e principalmente líquenes. Este animais podem, no entanto, comer também pequenos pássaros e ovos. A rena tem dentes frontais apenas no maxilar inferior.

Sazonalmente, migra grandes distâncias para parir as crias. Também pode nadar. Possui pernas compridas, com cascos afiados e patas peludas que garantem a tração sobre terrenos congelados. Geralmente, a rena é silenciosa, mas seus tendões produzem ruídos secos e agudos que podem ser ouvidos a grandes distâncias quando viaja em grandes grupos.

Predação e outras ameaças

A rena é predada por lobos, seres humanos e, surpreendentemente, por águias-douradas (ou águias-reais); os corvos por vezes causam cegueira em renas recém-nascidas, perfurando-lhes e comendo os seus olhos, causando a sua morte prematura. Vários tipos de mosquitos e moscas, como a mosca preta parasítica Hypoderma bovis, podem molestá-las o suficiente para afetar a sua saúde e causar doenças.

A rena é bastante importante na economia das populações nativas do Ártico como os povos inuit e os habitantes da Lapónia. Estes povos domesticaram a rena como fonte de alimento e de peles e animal de tração. Para além das manadas domésticas, as renas são também caçadas nalguns locais pelos mesmos motivos.

Renas naturalizadas no Hemisfério Sul


Se o habitat destes animais tem sofrido grandes reduções nos últimos séculos, sobretudo devido a explosão do número de habitantes humanos por todo o Hemisfério Norte, houve um minúsculo mas curioso aumento territorial em seu favor.

Ocorreu que algumas renas naturais da Noruega foram introduzidas na ilha de Geórgia do Sul, no Atlântico Sul, por volta do início do século vinte, quando pescadores noruegueses ali haviam conduzido suas operações baleeiras.

Atualmente existem dois grupos distintos destes animais naturalizados nesta ilha, porém estes dois rebanhos estão permanentemente separados por montanhas. Seu número total não passa de umas duas ou três mil cabeças. (A bandeira e o brasão das Ilhas Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, que juntas formam um dos territórios oficiais do Reino Unido, possuem uma imagem de um destes veados rangíferos bem em seu topo).

Igualmente, a espécie R. tarandus também foi introduzida, em 1950, em algumas ilhas do arquipélago de Ilhas Kerguelen, um minúsculo território ultramarino da França, localizado bem afastado em meio ao Atlântico Sul, entre o sul da África, a Austrália e a Antártida. Após algum tempo, todos os animais existentes no arquipélago migraram para a sua ilha principal, que é bem maior do que todas as outras.

A presença do R. tarandus é considerada problemática pois é uma das piores pragas introduzidas por causa de sua agressiva interferência na ecologia natural da ilha. A ilha é constantemente batida por ventos fortes e gélidos e possui uma fauna e uma flora bastante especializada e vulnerável; há um número baixíssimo de habitantes humanos que permanecem na ilha. Neste contexto, as renas da ilha são caçadas pelos habitante locais.

Ambas estas populações do Hemisfério Sul (da Geórgia do Sul e de Ilhas Kerguelen) vêm sendo objeto de observações e de pesquisas científicas já desde antes da virada do milênio.

Guepardo


O guepardo, também conhecido como chita, leopardo-caçador ou onça-africana, (Acinonyx jubatus), é um animal da família dos felídeos (Felidae), ainda que de comportamento atípico, se comparado com outros da mesma família. É a única espécie vivente do gênero Acinonyx. Tendo como habitat a savana, vive na África, Península Arábica e no sudoeste da Ásia. Físicamente, é significativamente parecido com o Leopardo. As almofadas das patas da chita têm ranhuras para tracionar melhor em alta velocidade, e sua longa cauda serve para lhe dar estabilidade nas curvas em alta velocidade. Cada chita pode ser identificada pelo padrão exclusivo de anéis existentes em sua cauda, tem uma cabeça pequena e aerodinâmica e uma coluna incrivelmente flexível, são habilidades que ajudam bastante na hora da perseguição.

É um animal predador, preferindo uma estratégia simples: caçar as suas presas através de perseguições a alta velocidade, em vez de tácticas como a caça por emboscada ou em grupo, mas por vezes, pode caçar em dupla. Consegue atingir velocidades de 110 a 120 km/h, por curtos períodos de cada vez (ao fim de 400 metros de corrida), sendo o mais rápido de todos os animais terrestres, porém em uma certa ocasião, avistou-se um guepardo que correu atrás de sua presa por 640 metros em 20 segundos, (medidos com um cronômetro), e 73 metros em aproximadamente 2 segundos.

O corpo da chita é esbelto, musculado e esguio, ainda que de aparência delgada e constituição aparentemente frágil. Tem uma caixa torácica de grande capacidade, um abdómen retraído e uma coluna extremamente flexível. Tem uma cabeça pequena, um focinho curto, olhos posicionados na parte superior da face, narinas largas e orelhas pequenas e arredondadas. O seu pêlo é amarelado, salpicado de pontos negros arredondados, e na face existem duas linhas negras, de cada lado do focinho, que descem dos olhos até à boca, formando de fato um trajecto de lágrimas. Um animal adulto pode pesar entre 28 e 65 kg. O comprimento total do corpo varia de 112 a 150 cm. O comprimento da cauda, usada para equilibrar o corpo do animal durante a corrida, pode variar entre 62 e 85 cm.

Distribuição geográfica e habitat

Encontram-se chitas no estado selvagem apenas na África, Irã e península Arábica e Afeganistão ainda que no passado se distribuíssem até ao norte da Índia e ao planalto iraniano, onde eram domesticadas e usadas na caça ao antílope, de forma semelhante ao que se faz actualmente com os galgos, (especialmente da raça greyhound). Atualmente no continente Asiático, só existem chitas selvagens no Irã e no Afeganistão, que fica na Península-Arábica, mas trata-se de uma população extremamente pequena (em torno de 3.00 exemplares no início do século XXI, sem contar algumas populações isoladas e as que vivem em zoológicos). É ameaçada pela pressão humana, sob a forma da caça e do pastoreio, o qual reduz o número de presas, (gazelas) disponíveis, mas por incrível que pareça, o homem não é o maior responsável por isso, pois leões e hienas fazem uma ferrenha competição com o guepardo, sendo que de vez em quando roubam a presa abatida pelo guepardo. Acrescente-se ainda que a área de ocorrência do chita no Irã encontra-se em região remota, próxima à fronteira com o Afeganistão, onde as forças de segurança iranianas tem dificuldade de penetrar devido à presença de gangues que praticam o contrabando e o tráfico de heroína. As chitas preferem habitar biótopos caracterizados pelos espaços abertos, como semi-desertos, pradarias e a savana africana.

Têm uma variabilidade genética geralmente baixa, além de uma contagem de esperma anormalmente alta. Pensa-se que foram obrigadas a um período prolongado de procriação consanguínea depois de passarem por um evento populacional designado por efeito de gargalo genético.

Características

As chitas medem até 85 cm de altura e 2 m de comprimento, (incluindo a cauda).
Possui algumas características que os distingue de outras espécies de felinos, nomeadamente não são capazes de retrair as garras, tem pernas mais compridas e a cabeça mais pequena, chegando a lembrar um cão.
Alcançam velocidades de 115 à 120 km/h, em corridas que duram geralmente 400 metros.
Os cuidados parentais duram apenas nos primeiros dois anos de vida, ensinando as crias a caçar durante esse período de dependência.
Além da velocidade, outra ótima qualidade do guepardo é a sua excelente visão; algumas vezes os guepardos caçam durante a noite.
O guepardo não forma bandos para caçar como os leões, mas os machos se juntam às vezes para caçar em pequenos grupos, especialmente se nasceram na mesma ninhada, casais também podem usualmente caçar juntos.
O guepardo é um animal muito social, e um dos fatos que comprovam este fato, é que eles costumam lamber uns aos outros para se manterem limpos.


Comportamento

Em relação as fêmeas

Uma certa análise da genética das chitas, na Tanzânia, África, apontou que as fêmeas da espécie são extremamente "promíscuas". Cientistas das cidades de Londres, Nova York, Arusha e Bangcoc analisaram o DNA coletado de amostras de fezes de cerca de 176 guepardos, ou chitas, e ao longo de um período que durou nove a dez anos no Parque Nacional do Serengueti na África. Foi constatado que 45% de 47 ninhadas continham o DNA de mais de 2 pais. Segundo Dada Gottelli, da Sociedade Zoológica de Londres, esses dados poderiam ser muito maiores já que a equipe de cientistas não conseguiu analisar mais amostras de fezes. "Os filhotes de chitas sofrem uma alta taxa de mortalidade nas primeiras semanas de vida, então é difícil pegar amostras de todos eles", disse a Gottelli, zoóloga.

O fato de terem ninhadas com o DNA de vários pais pode expor as fêmeas a diversas doenças, de acordo com os cientistas que realizaram a pesquisa. Mas o comportamento assegura também a diversidade genética da espécie, que normalmente baixa.
"Se os filhotes são mais variados em termos de genética, isso permitirá que eles se adaptem muito bem e se desenvolvam em diferentes circunstâncias na natureza", disse Gottelli, zoóloga.

A população é estimada acima de 12 mil animais, porém eles enfrentam ameaças como a perda de seu habitat e a caça clandestina, mas por incrível que pareça, o homem não é o maior responsável pelas mortes de guepardos, os "culpados" são os leões e as hienas, que chegam a matar as chitas por causa de presas já abatidas. A altíssima infidelidade entre a maioria de chitas fêmeas, também poderá ajudar a proteger os filhotes do ataque de alguns machos (alguns costumam comer os próprios filhotes se não estiverem vigiados constantemente pela mãe).

"Esta pesquisa não foi feita entre os guepardos selvagens, somente com os exemplares de Zoológico e os de reservas naturais, como foi constatado com vários leões e leopardos, também na Tanzânia", África, contou Gottelli, zoóloga.

Em relação aos machos

Os machos são muito sociáveis e são preparados para a vida social formando grupos. Esses grupos são chamados coligações. A coligação como um todo contribui para unir os membros do grupo. Os machos são muito territoriais. O tamanho do território, também depende dos recursos disponíveis, podendo variar de 37 a 160 km². Machos marcam seus territórios urinando em objetos como árvores e troncos por exemplo. Os machos tentam matar qualquer intruso, e as lutas vão de lesões leves até a morte, mas que fique bem claro que o machos de guepardo ficam juntos até cada membro encontrar sua parceira para acasalar, mas depois disso "desaparecem", podendo ou não, formar as chamadas coligações novamente.

Machos de guepardo adotam os filhotes perdidos ou órfãos de outros guepardos e os criam como se fossem seus próprios filhotes, eles fazem o papel de pai e mãe. Algo muito incomum no reino animal, principalmente entre os guepardos, já que os machos costumam matar os próprios filhotes, se a mãe não estiver sob uma vigília constante, e são completamente ausentes na criação dos filhotes, só ficam com as fêmeas na época do acasalamento.

Maneiras de se comunicar

O guepardo não pode rugir, ao contrário de outros grandes felinos, porém possui as seguintes vocalizações:

Pios: Quando os guepardos tentam encontrar uns aos outros, ou a mãe tenta localizar as crias, utiliza um chamado de alta-frequência, quase latindo. O pios são feitos pelos filhotes de guepardos, quando tentam encontrar a mãe.
"Gagueira": Esta vocalização é emitido por um guepardo durante encontros sociais. Uma "gagueira" pode ser vista como um convite a outros guepardos, uma expressão de interesse, a incerteza, apaziguamento, ou durante as reuniões com o sexo oposto.
Rosnado: Acontece quando o guepardo se sente ameaçado, e quer se proteger de algum predador, embora a defesa mais usada pelo guepardo seja correr.
Ronrono: Esta é uma versão mais "amigável" do rosnado, normalmente é apresentado quando perigo se afasta. Observação: A chita é o único dos grandes felinos que consegue ronronar.

Reprodução


Os machos atingem a maturidade sexual a partir dos dois anos e meio ou três anos. A fêmea, um pouco mais precoce (dois anos) pode gerar de uma a seis filhotes, depois de uma gestação de 90 a 95 dias. As crias podem pesar entre 150 e 300 gramas e nascem cegos, completamente indefeso. O desmame ocorre cerca de seis meses após o parto e, entre os 13 e 20 meses, abandonam a guarda da mãe para passarem a ter uma vida independente. Ao contrário de outros felinos, as fêmeas não têm um verdadeiro território próprio e demarcado, parecendo, no entanto, evitar a presença das outras. Os machos podem, eventualmente, juntar-se em grupos, especialmente se nasceram na mesma ninhada. Os guepardos, ou chita, não se reproduzem bem em cativeiro. Uma das principais preocupações dos guepardos é com os seus filhotes: é muito comum eles serem comidos por felinos mais fortes, como os leões e outros animais, como a hiena por exemplo.
A chita pode viver de 15 a 20 anos.